segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Embrace Life - Sempre use o Cinto de Segurança

Melhor Comercial de Campanha do uso de Cinto de Segurança

Esse belíssimo comercial britânico foi postado no Youtube desde o mês de fevereiro d 2010. Criado pela ONG Sussex Safer Roads Partnership, para a campanha Embrace this,  o curta já bateu os 4 milhões de visualizações.
Milhares de pessoas já perderam familiares e amigos em acidentes de trânsito por um pequeno descuido que é o não hábito de colocar o cinto de segurança. Esse comercial, de uma forma simplista, mas muito bem produzida, busca conscientizar a todos da importância desse utensílio para nossas vidas.

Bem comovente e produzido, vale à pena conferir:

domingo, 24 de outubro de 2010

A Praça

Era um dia qualquer de uma primavera qualquer. Ana encontrava-se sentada em um banco qualquer de uma praça qualquer. A jovem estava lendo um de seus livros favoritos enquanto ficava a espera de Vinícius, seu ex-namorado. A relação entre os dois encontrava-se naquela fase de "voltar ou não voltar, eis a questao?" Contudo, havia muito o que se conversar e esclarecer.
Vinícius chegou e sentou. O silêncio foi mútuo. O (ex) casal finalmente havia concordado em se encontrar para conversarem, mas a distância ntre os dois era evidente.  Ela: observava calada, e levemente encabulada, os jasmins do canteiro mais próximo. Ele: olhava para aquela mulher que tanto lhe tirava o sono com a esperança de se acertarem, mas ele não se atrevia a pronunciar nenhuma palavra. Ambos: tão próximos geograficamente, porém tão distantes sentimentalmente.
A tensão latente finalmente foi quebrada quando uma criança, por volta dos seus dois anos e meio, resolveu saltar e sentar no colo de Ana. Como por um passe de mágica, um sorriso brotou nos lábios daquela garota. Ao ver a cena, como não acontecia há muitos dias, a tarde pareceu se iluminar para Vinícius. Os jovens se encaram pela primeira vez depois de tanto tempo e, quando a mãe da pequena menina chegou, o silêncio constrangedor finalmente foi quebrado.

Ele: Como não divagar sobre nós?

Ela: Existe algum nós sem um eu + um você?

Ele: ...

Ela: Existiria se tudo não fosse tão complicado.

Ele: O que há de complicação no amor?

Ela: O que há de amor no não-diálogo?

Ele: Existe diálogo sem pergunta?

Ela: Não, assim como não existe amor sem cumplicidade.

Ele: ...

Ele: Por que não destes uma chance para nós?

Ela: Talvez por medo de tentar e abrir meu coração.

Ele: ...

Ela: Por que não viestes ao meu encontro e implorastes pelo meu amor?

Ele: Porque te vi sorrir para um outro qualquer.

Ela: Quem disse que aquele sorriso não era pra você?

Ele: ...

Ele: Quando deixastes de acreditar em nós?

Ela: Quem disse que eu deixei?

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.
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Talvez essa praça fosse uma praça qualquer para mim ou para você, mas com certeza para esses dois ela seria tema de muitas histórias passadas e inúmeras histórias futuras.

sábado, 16 de outubro de 2010

Cat Eye - Óculos Gatinho


Depois dos Big Sunglasses e do modelo Aviador Wayfarer dominarem - há quase cinco anos - o campo dos óculos cool, eis que surge mais um modelito vintage: o Cat Eye. Para você que já é adepta de olhos bem marcados - modelo gatinho - na make up, com certeza essa nova tendência irá fazer a sua cabeça.

Sucesso nos anos dourados de 1950 e 1960, os Óculos Gatinho estão voltando com tudo e prometem conquistar fashionistas e tornarem-se popular.

Eternizados em filmes como Bonequinha de Luxo, essa tendência é uma ótima pedida para a estação do verão que está a chegar. Estrelas como: Mary-Kate Olsen, Katy Perry, Cristina Ricci, Lady Gaga, Madonna, Kristen Stewart e Scarllet Johansson já aderiram a essa moda que pegou astros como Audrey Hepburn, Marilyn Monroe e Bob Dylan nos anos 1950.

Veja abaixo:



Por que Cat Eye?
O nome vem da aparência felina: o ângulo para cima pode ser exagerado, pontudo, decorado com pedrarias ou mais suave. Para a área masculina, o estilo mais sutil e arredondado será mais atrativo e atraente. A imensa variedade de cores, formas e assinaturas faz com que os Cat Eye sejam versáteis e de fácil aderência e combinação para diversos formatos de rosto.

Essa tendência vintage começou a ser observada em desfiles de grandes marcas como: Alexander Wang, Tom Ford, Louis Vuitton e Prada.
(Alexander Wang e Prada)

E você, já tem o seu Cat Eye? Não?
Quem sabe você não encontra alguma relíquia dele no baú da vovó.
Fica a dica. ;)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Love, Love, Love...


Ao ver meu irmão dormir, aquele pinguinho de gente, percebi que o amava. Era uma coisa que começava com uma dorzinha no peito, mas que se espalhava tão quente como manteiga derretida. Percebi que morreria feliz se fosse pelo bem daquela criatura.
(Emilly Fernanda, 19 anos)

Eu sinto a falta dela todos os dias dos meus dias. Sinto falta das nossas aventuras e promessas de desbravar o mundo, essas promessas meio que foram pelo ralo agora. Sinto falta do nosso amor amizade que é muito mais forte do que qualquer amor que a gente tenha sentido.
(Jéssica Guerra, 19 anos)

Eu estava desbravando a praia, meio dia, sol a pico, descalça, trajando apenas uma fraudinha, chorava. Certamente ela estava em casa se perguntando onde aquele tico de gente foi parar, para sua sorte nos saímos parecida uma a outra, na aparência e no coração. Uma colega sua me viu e de certo pensou: "é a filha dela!". Voltei ao seu encontro e senti-me segura novamente em seu abraço caloroso e protetor. Ela é ídolo e exemplo, mãe. (Leila de Melo, 22 anos)

Enquanto ele falava, ouvia palavras doces e ternas saindo de sua boca. Elas tocavam meus ouvidos e provocavam aquela confusa sensação Seu olhar procurou o meu, tentando me tirar daquele transe no qual eu estava submersa. Tarde demais, já havia feito a conclusão: amor.
(Letícia, 18 anos)

Durante minha apresentação de piano, eu vi meu avô na platéia me acenando e sorrindo. Era a única pessoa fazendo isso e eu não sentia medo. (Cindy, 8 anos)

Era domingo e chovia. A nossa última briga tinha sido muito feia. Mas ele veio ao meu encontro, mais uma vez e disse: você me faz querer ser melhor. Foi esse o dia em que percebi que nosso amor era incondicional. (Caroline, 17 anos)

Apesar de eu ter brigado com ela, a Clarissa me deu sua caneta preferida. Eu sabia que era amor.
(Simon, 6 anos)

Eu sei que minha prima me ama. Ela chega morta da faculdade, mas mesmo assim dedica seu tempo e brinca comigo todo santo dia. (Laura, 4 anos)

Quando minha avó pegou artrite, ela não podia se debruçar para pintar as unhas dos dedos do pé. Meu avô, desde então, pinta as unha para ela. Mesmo quando ele tem artrite. (Amanda, 10 anos)

Amor é quando seu cachorro lambe sua cara, mesmo depois que você deixa ele sozinho o dia inteiro. (Sérgio, 4 anos)

Amor é quando mamãe vê o papai suado e mal cheiroso e ainda fala que ele é mais bonito que o Brad Pitty. (Alice, 8 anos)

Amor é quando seu sobrinho desce no carro e não vê mais ninguém a não ser você.
(Leiry Carvalho, 44 anos)

Amor é quando sua mãe sai de um plantão e de outro, mas mesmo assim não se esquece de deixar um bilhete na cabeceira de sua cama para lhe passar um pequeno sermão, lhe desejar um dia maravilhosoe e nunca esquecer de dizer que lhe ama. (Silvia Correia, 19 anos)

Não existe obstáculo para o verdadeiro amor, ele é capaz de vencer tudo, simplesmente porque Deus é amor. (Janilson Dantas, 20 anos)


Amor em qualquer idade, de qualquer jeito. Amor inocente, fraternal, carnal, espiritual, incondicional. Não importa! "Que seja eterno enquanto dure" e que de preferência dure PARA SEMPRE.

Your love is bigger than a rain cloud
It covered up my whole skies
It's filling up my heart,
My heart with
Love, love, love, love, love
More than I ever need
Giving me love, love, love

Love Love Love - Hope (Feat. Jason Mraz)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Audrey Hepburn

“O que é preciso para você se tornar uma estrela de verdade é um elemento extra que Deus pode lhe dar ou não. Você já nasce com ele. Não pode aprender. Deus beijou o rosto de Audrey Hepburn, e ali estava ela”.

(Billy Wilder em “Audrey Hepburn – Uma Biografia”, escrito por Warren G. Harris)
Modelo, Bailarina, Atriz e Humanista 

Alta, ossuda e de pés excessivamente grandes para se tornar uma estrela: foi assim que a bailarina, modelo, atriz e humanista Audrey Hepburn ficou conhecida inicialmente.
Nascida em uma época em que as rechonchudas e baixinhas dominavam o cenário da moda e da mídia, a jovem deu a volta por cima e conquistou o mundo com seu rosto angular, seu belo sorriso e um carisma e elegância de dar inveja.
Considerada como uma das mais queridas e amadas atrizes da indústria cinematográfica, Audrey inspirou e inspira mulheres das mais variadas épocas.
Hoje, ela é tida também como a atriz mais bela do século XX, desbancando beldades como a Princesa Diana, Grace Kelly, Scarlett Johansson e Angelina Jolie.
Mas a atriz não inspira apenas por sua elegância e beleza exterior: “Todos sabíamos que Audrey Hepburn era um mito. Mas ela era muito mais do que isso, era um grande ser humano. Quando você estava com ela, se sentia mais bonito, melhor consigo mesmo e com suas próprias possibilidades”, afirmou o produtor Janis Blackshleger.

História
Nascida no dia 04 de maio de 1929 em Bruxelas, na Bélgica, Audrey Hepburn Ruston era filha única do casal Joseph Anthony (banqueiro britânico-irlandês) e Ella van Heemstra (baronesa da Holanda). Contudo, a juventude da atriz passou longe do glamour hollywoodiano.
Aos seis anos de idade, Audrey foi abandona pelo seu pai. Com isso, mãe e filha foram morar em Arnhem - Holanda - com familiares maternos.
O início da Segunda Guerra Mundial fez com que esse período fosse marcado pela má nutrição e depressão para Audrey. Em 1940, a jovem testemunhou a invasão alemã ao país, o confisco de todos os seus bens e o fuzilamento de um tio e um primo.
Após a libertação holandesa, a jovem foi estudar balé em Londres. Mais tarde, iniciou uma promissora carreira como modelo, até ser descoberta por um produtor, quando teve uma pequena participação no filme holandês "Nederlands in Zeven Lessen", em 1948.

Casamentos de Audrey
A queridinha da América gostava muito de namorar e não conseguia levar um relacionamento por muito tempo. Isso despertou na imprensa norte-americana a pergunta: "Ela tem medo de casar?".
Segundo psicólogos da época, o motivo seria o abandono de seu pai, em que ela buscava compensar nos seus relacionamentos e o fato de ser muito mais madura do que qualquer rapaz de sua idade.
Todavia, em 1954, acabou casando-se com o ator e diretor Mel Ferrer, com quem teve um filho, Sean Ferrer. Mas o casamento não foi muito adiante e ela acabou se divorciando em 1968.
Em 1969, se casou pela segunda vez com o psiquiatra italiano Andrea Dotti, com o qual teve seu segundo filho: Luca Dotti e mais tarde se divorciaria mais uma vez.

 ...

Trabalhar como atriz era para Audrey um ofício extenuante e que tirava todas as suas forças – ela passava meses descansando entre um papel e outro para se recuperar por completo. O descanso entre um papel e outro se converteu em aposentadoria após Hepburn começar a “interpretar” aquele que seria o papel de sua vida: o de mãe de Sean e de Luca. O último papel que a atriz interpretou foi o de embaixatriz da Unicef.
Em prol de um bem maior
Os duros anos de fome, miséria, violência e grandes demonstrações de coragem lhe fizeram ver a frágil condição humana no mundo e lhe impulsionaram à participar de missões da ONU em países arrasados pela desnutrição infantil como: Etiópia, Somália e Bangladesh.
Em 1988, ganhou a honra de se tornar embaixatriz da Unicef. Audrey desempenhou seu papel como lutadora das causas infantis até 1993, ano em que foi vítima de um câncer no intestino.
Ainda em 1993, a atriz recebeu o prêmio SAGA pelo conjunto de sua obra.

Curiosidades

Filmes e Audrey
- Antes de conseguir o estrelato com seu primeiro filme americano, "A Princesa e o Plebeu", 1953, quando arrebatou o Oscar de Melhor Atriz, Audrey participou de diversos filmes britânicos e franceses. Em sua carreira de sucesso, foi ainda indicada ao Oscar de Melhor Atriz por suas atuações em "Sabrina", "Uma Cruz à Beira do Abismo", "Bonequinha de Luxo" e "Um Clarão nas Trevas".
- Para o filme "Bonequinha de Luxo", Henry Mancini compôs "Moon River" especialmente para ela. Ganhadora do Oscar de Melhor Canção, "Moon River" tem centenas de gravações, mas a dela é inquestionavelmente a melhor.
- De acordo com seu filho Sean, os filmes favoritos dos quais estrelou foram Uma cruz à beira do abismo (por sua mensagem social) e Cinderela em Paris (por ter se divertido muito nas filmagens deste). No entanto, ela havia declarado numa entrevista à Barbara Walters que A princesa e o plebeu era o filme mais querido dela.

Audrey e a Moda
Com um estilo próprio e clássico, a imortal diva dos filmes: “Bonequinha de Luxo”, “Cinderela em Paris” e “A Princesa e o Plebeu”, ainda é hoje um ícone da moda.
Segundo o estilista Givenchy, que era incumbido de vesti-la e a tinha como musa: "Audrey era um ideal de elegância e uma inspiração para o meu trabalho", afirma ele.

Para aderir ao estilo Audrey, o ideal é escolher peças únicas inspiradas na linha vintage como: tubinho preto, bolsas carteiras, colares de pérolas, scarpins pretos, óculos grandes estilo gatinha, sapatilhas capezio, calças capri e camisa social desabotoada e amarrada na frente.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Caminhada na História da Moda

Dando uma reorganizada nos links contidos no meu favoritos, eis que me deparo com esse curta - indicado por um amigo.
Essa produção exclusiva da IG está fantástica! Com o objetivo de nos mostrar como a cultura e a evolução da sociedade ocidental são diretamente proporcionais a evolução da História da Moda, os produtores - em apenas 2'20'' - nos levam a um passeio pelos estilos que marcaram o último século.

Confira:


Cabeleireiro / Hairstylist: Junior Alves
Modelo / Model: Carla Lamarca
Figurinista / Costume Designer: Brechó Minha Avó Tinha (São Paulo) and Theatro São Pedro (São Paulo)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Ciclo Vicioso

Editorial
Por: Silvia Correia

Apontado pelas pesquisas da Datafolha como o provável mais bem votado Deputado Federal do Brasil, Francisco Everaldo Oliveira Silva - mais conhecido como o humorista Tiririca – foi acusado por parlamentares de ser analfabeto. De acordo com o artigo 14, parágrafo 4º, da Constituição Federal Brasileira de 1988, o analfabetismo é um dos critérios prevalentes para a inelegibilidade. Contudo, essa mesma Constituição não impede que um analfabeto vote.

É engraçado e intrigante que para se ter iniciativa e sair à procura de melhorias para o ensino de base brasileiro não ocorre mobilização alguma. Nem muito menos quando se trata de correr atrás para saber se um candidato é ou não alfabetizado. Contudo, pedir voto a um analfabeto e enchê-lo de promessas e cestas básicas parece ser tarefa fácil nos períodos eleitorais. O pouco caso dos nossos governantes com relação ao analfabetismo é gritante e torna-se cada vez mais fluorescente no campo da política. Todavia, não é de hoje que a educação de base é deixada de lado, mesmo esse sendo considerado um dos setores mais importantes para o desenvolvimento de uma nação.

Ao passearmos na lembrança pelos séculos XVIII e XIX – época dos grandes barões do café – vemos que esse foi um período em que os mais pobres apenas aprendiam a escrever para votar em quem “bondosamente” lhes deu esse direito. O século XXI chegou, mas esse quadro permanece enraizado em nossa cultura. Agora a nova tática, para se colocar vendas nos brasileiros, são os programas assistencialistas. A política do pão e circo - realizada pelos imperadores romanos - transformou-se aqui no Brasil em “Pau-Amarelo”, “Vale-Gás”, “Bolsa Família”, entre outros. Ao invés de circos romanos para se assistir aos gladiadores lutando no Coliseu, temos também nossos estádios de futebol.

Os indivíduos – ao estabelecerem o Contrato Social, com a criação do Estado - renunciaram a sua liberdade e a posse natural de bens, riquezas e armas e a transferiram a um terceiro o poder de criar, executar e julgar leis. Ao cumprir seus deveres e ver que seus direitos são desrespeitados, a sociedade fica indignada e surgem os famosos “votos de protesto”. Essa insatisfação leva ao surgimento de fenômenos eleitorais como: Miguel Mossoró aqui no Rio Grande do Norte ou o Tiririca em São Paulo. Talvez seja por esse desencanto e descrédito da população brasileira que um bode na década de 1960, em Jaboatão (Pernambuco) foi eleito vereador e um macaco do zoológico municipal do Rio de Janeiro, em 1988, recebeu mais de 400 mil votos para prefeito e ficou em terceiro lugar na eleição daquele ano.

Este Jornal procura deixar bem claro que pratica a pluralidade e o apartidarismo editorial. Não estamos aqui para julgar Governo de partido x ou y. A falta de preocupação para com a educação da sociedade brasileira é uma questão cultural hereditária e de comodismo de ambos os envolvidos: sejam aqueles que têm o poder para governar sejam os que são governados. Para esse cenário ser alterado - o que precisa ser modificado não é uma lei, a constituição, mas o ciclo vicioso de candidatos assistencialistas e eleitores insatisfeitos, porém passivos. Porque “não basta dar o peixe e não se ensinar pescar”. Como também não adianta “ficar sentado esperando o milagre cair do céu”.

Jornaleiro natalense conquista o Brasil com palestras

Nascido numa família humilde, Jussier Ramalho encarou dificuldades e hoje é sucesso nacional

Por: Silvia Correia
 Jussier Ramalho em sua famosa Banca Prática. 
(Foto: Silvia Correia/Fotec)
“Sempre fui contra o grande jargão: ‘o homem é produto do meio’. Nascer pobre e feio é conseqüência do destino. Agora, morrer assim é incompetência e preguiça.” Foi com esse pensamento que o empreendedor Jussier Ramalho, 50 anos, deu a volta por cima e conseguiu se tornar um dos 12 “cases” de sucesso do Brasil pela revista Carreira & Negócios. Ao lado de nomes como os dos presidentes da Fiat, do Banco Real, do Magazine Luiza, da Fundação Anhanguera, do Chillie Beans e do apresentador Marcelo Tas, ele conta que não é que tenha o dinheiro que eles têm, mas que conseguiu fazer com que seu nome fosse reconhecido tanto quanto o deles.
Criador do conceito inovador de que “o cliente é a razão maior de qualquer empresa”, o jornaleiro tornou-se famoso por todo o Brasil com o sucesso de sua Banca Prática, localizada na avenida Afonso Pena, em Natal – Rio Grande do Norte. Atualmente, além das atividades de empreendedorismo, vive de dar palestras por todo o país compartilhando suas vivências como empreendedor, distribuindo sua aprendizagem sobre marketing e espalhando sua motivação para muitos universitários e executivos. Jussier é um dos 30 principais palestrantes nacionais e recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Escola da Vida, num evento promovido pela Academia Paulistana de Letras, Fundação Anhanguera, Instituto de Empreendedores e Microlins. Em 2008, lançou o Best-Seller “Você é a sua melhor marca”, da editora Campus.
História
De família modesta, morando em casa alugada e abandonado pelo pai, o pequeno, magrelo, porém determinado Jussier teve que trabalhar muito cedo para ajudar a mãe e as duas irmãs menores. Aos 14 anos, conseguiu o primeiro emprego de ajudante de vendas em Lagoa Seca, zona Leste de Natal. Foi com esse trabalho que começou a modificar a sua percepção em abordagem de clientes. Aos 17 anos, resolveu ingressar na Marinha do Brasil, no Rio de Janeiro, onde passou quatro anos. Contudo, a sua grande paixão sempre foi o comércio e ao deixar a “farda”, foi ser vendedor de “quase tudo”. Vendeu consórcio de caixão de defunto, box para banheiro; trabalhou em uma empresa de tíquete de alimentação. Arriscou-se também como professor de lambada e foi então que conheceu Ana Ester que hoje - além de mulher e mãe de Marina, 12 anos, filha única do casal - é a sua principal aliada na vida.
“Ideias inovadoras nunca me faltaram. Desde cedo fui uma pessoa visionária para a época. Por causa disso, muitos gerentes/diretores das lojas em que trabalhava ou não assimilavam minhas ideias, achando que eram muito surreais, ou tinham medo que elas realmente funcionassem e tivessem partido de mim, um simples funcionário”, conta Jussier que, por jamais se acomodar com sua situação, decidiu dar um basta e concretizar o sonho do próprio negócio.

Jornaleiro e palestrante
A compra da Banca Prática em 1995 - acrescida de muito trabalho de Jussier e de sua mulher - fez com que a vida dele e de sua família fosse mudando gradativamente. “Visão diferenciada, nenhum comodismo, interação com os clientes, análise do público alvo e dos produtos a serem oferecidos: são esses os principais ingredientes para se tornar um empreendedor de sucesso”, enumera Jussier. O jornaleiro enfatiza também que os pequenos empreendedores devem aprender que apurado não é lucro. “Um comércio, seja ele qual for, só se paga depois do terceiro mês e a partir de então, é que se começa a gerar um pequeno lucro para depois ir crescendo paulatinamente”, ensina.
Com um atendimento diferenciado, funcionários de gravata e avental, ar-condicionado e muitas atividades filantrópicas, a Banca Prática começou a despertar o interesse de jornais e emissoras de televisão de todo o estado.
Em 2007, com 11 anos de banca, o jornaleiro foi chamado por dois professores da Universidade Potiguar (UnP) para dar uma. O seu gosto pela leitura, seu carisma e seu interesse pela informação fizeram com que ele se destaca-se novamente, desta vez como palestrante. Todavia, para começar nessa nova atividade era preciso se especializar: “Não se pode iniciar um voo solo sem conhecimento e qualificação”, explica. “Sou um jornaleiro, mas utilizo o que há de mais novo em tecnologia mundial. Porque é isso que devemos apresentar sempre: um diferencial”, enfatiza o homem que já dividiu palco com figuras como Luciano Huck, Roberto Justus e Stephen Kanitz, articulista da revista Veja.
Mas o início da vida como palestrante não foi só de flores. Ele teve que provar sua competência com inúmeras palestras gratuitas e precisou, diversas vezes, de pagar o aluguel dos equipamentos de áudio e vídeo, para incrementar sua apresentação. A sua tacada de sorte veio com uma entrevista rápida concedida a uma repórter da Globo News, que o indagou sobre o que ele fazia para encantar as plateias. Sabendo que tinha poucos segundos para elaborar a resposta, tirou um saco de castanha de caju do bolso e deu uma à jornalista. Em seguida, perguntou o que ela achava. “Uma delícia”, respondeu a comunicadora. “Pois é assim que são minhas palestras”, disse ele. A rápida aparição na TV provocou uma entrevista posterior, dessa vez previamente marcada pela chefia de pauta da emissora. Depois foram muitas outras entrevistas e palestras. O ex-menino pobre e magricela foi substituído pelo ocupado e bem sucedido “outdoor ambulante” de diversas empresas parceiras.

“Milhares de jovens são despejados das universidades no mundo coorporativo, ou seja, no mercado de trabalho. E ao sair de uma graduação, o acadêmico fica um pouco perdido, porque ele aprendeu a ser um profissional, mas não aprendeu a se vender como um profissional”, alerta Jussier.
“A distância para chegar ao sucesso fica maior a partir do momento em que nenhum passo é dado em sua direção. Quando um metro for subtraído dos milhares de quilômetros que faltam até lá, você já deve começar a conjugar o verbo poder, ao invés de insistir no fracassar. Jussier Ramalho sabia que não podia fracassar e disse a ele mesmo: ‘Eu posso. Sou minha melhor marca e vou apostar nisso’. Deu certo. Aliás, tem dado muito certo. O que é escrito e dito por este natalense que encanta plateias, prendendo atenção de estudantes e megaempresários, é a materialização de palavras como persistência, trabalho, atenção, dedicação, elaboração, educação, ânimo, amor e fé”, afirmou o jornalista João Ricardo Correia, num texto que redigiu sobre as impressões que teve após a leitura do livro do jornaleiro-palestrante.

Lições do empreendedor:

“O mundo está pronto aí para ser reciclado a cada dia. Não é que você vá reinventar a roda. Não é isso. Há a necessidade de se reequipá-la, ou seja, redescobrir o uso de cada produto.”

“Empreendedor é isso. É o trabalhador que não se acomoda.”


“Os insucessos são bons para o aprendizado. O medo de errar é que faz com que as pessoas não tentem e não tenham sucesso.”

“Independente do tipo de pessoa que você seja, física ou jurídica, para ter um negócio de sucesso, a valorização do cliente é essencial."

"O caminho da superação é enfrentar e vencer as adversidades da vida. Quando conseguimos, saímos fortalecidos e firmes para continuarmos seguindo em frente, em busca do nosso objetivo.”

“Nunca se deve correr atrás de um sonho, porque quem corre atrás sempre chega em segundo lugar.”


“O princípio do sucesso é ensinar o que se sabe e praticar o que é ensinado.”

“Coisas simples são mais difíceis de serem ditas ou feitas”.


[Relato da repórter] Contadora de história e aprendiz


Ao ser proposta a matéria em sala de aula, muitas ideias de pauta passaram por minha cabeça, como por exemplo, ir à favela que está sendo formada nas proximidades do colégio Boa Ideia - localizado na Cidade Satélite - para demonstrar o contraste entre os prédios que estão sendo erguidos lá e a realidade daquelas pessoas. Contudo, na mesma semana os impressos natalenses resolveram noticiar esse acontecimento e para não ficar com uma matéria repetida, acabei optando por fazer essa matéria perfil do jornaleiro e empreendedor Jussier Ramalho.
Conseguido o contato, a entrevista foi marcada para a segunda-feira por volta das  8h. Ao chegar na Banca Prática, me deparei com Jussier atrás do balcão a me esperar. Ele, um jovem senhor muito simpático e brincalhão, logo me convidou para o seu “escritório” ao lado da banca. Debaixo das árvores, com o vento a bater nos cabelos, nos dirigimos para uma pequena área fora do ponto-comercial que continha um banco de praça: era esse o tal escritório ao qual o jornaleiro se referia. Todavia, os ruídos provocados pelo vento atrapalhavam um pouco na gravação da entrevista. Então, nos deslocamos novamente para dentro da banca.
Tivemos uma breve conversa antes de começar a gravar a entrevista em que ele procurou me alertar - como estudante de jornalismo que sou – o fato de que muitos acadêmicos saem das universidades e aprendem a serem profissionais, mas não aprenderam a como se vender como profissionais.
A entrevista fluiu normalmente, muitas perguntas aos quais foram todas respondidas e muitos ensinamentos de vida foram compartilhados e repassados a mim. Com certeza uma coisa que aprendi e que me chamou bastante atenção foi o fato de que: fazer diferente, fugir do comum, acaba por nos propiciar muitos bons frutos.
Entrevista realizada, hora de passar a informações para o papel. Editar; escolher o que será falado e como isso será abordado; e o que ficaria de fora: foram as preocupações que tive, fora isso, não tive nenhum grande contratempo. (Silvia Correia)

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