Diretor
do Instituto Certus conversa um pouco sobre consultoria e pesquisa
estatística
Mardone
Cavalcante França, 63 anos, graduado em Estatística pela Universidade Federal
do Ceará, possui especialização em Estatística Econômica e Social; mestrado
pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP) e doutorado em Ciências da
Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Atualmente,
Mardone França é professor do Departamento de Estatística e vice-chefe do
Departamento de Ciências Atuariais na UFRN. Além do mundo acadêmico, o cearense
atua no mercado com consultoria e pesquisa na área de pesquisa de opinião
pública.
Diretor-chefe
da Certus Pesquisa e Consultoria, Mardone conta um pouco para gente a história
da sua empresa no Rio Grande do Norte, explica a importância das empresas de
consultoria estatística e como funciona o processo de pesquisa de opinião. Em
ano de eleição para prefeito e vereador, o professor opina também sobre a
influência das pesquisas de opinião na hora do eleitor escolher seu candidato.
Silvia
Correia: Como e quando surgiu a Certus Pesquisa e Consultoria?
Mardone França: Tudo
surgiu por demanda. Ao chegar a Natal, percebi que naquela época, anos 1980, a
cidade não tinha nenhuma empresa nessa área de pesquisa e consultoria
estatística. Juntamente com um colega,
montamos a Axioma. Mais a frente a sociedade foi dissolvida e meu sócio ficou
com o nome. Posteriormente, montei uma empresa chamada Escala, que funcionou
por um tempo sob minha orientação. Porém, segundo o IRP (Instituto de Registro
e Patente) já existia no Brasil uma empresa com esse nome. Então, o nome foi
mudado para Certus, que vem do latim e quer dizer “aquilo que é certo”. E essa
denominação explica bem a proposta da empresa que é fazer pesquisa, colher
informações e dados corretos.
SC: Como se dá o processo de análise e
consultoria estatística?
MF: O cliente apresenta a
problemática. A partir da instituição e/ou produto de análise é que
determinamos o perfil do público que será entrevistado. Então, montamos um
questionário que tem por objetivo responder as dúvidas do cliente sobre o
negócio. Essas informações são escolhidas de forma técnica. Escolhe-se uma
amostra – selecionada aleatoriamente – que é aplicada na população. Com isso,
se obtém os questionários que passarão por um processamento de dados,
analisados estatisticamente. É a partir disso que os relatório serão montados e
informações serão geradas, analisadas e apresentadas ao cliente.
SC: Quais os tipos de pesquisas
oferecidas pela Certus?
MF: Trabalhamos com
Pesquisa de Opinião Pública, que se divide em: pesquisa de mercado; eleitoral,
de avaliação institucional e socioeconômica.
SC: As pesquisas eleitorais servem de
instrumento de influencia da opinião pública?
MF:
Hoje em dia não se faz mais campanha sem pesquisa
eleitoral, sem essa busca de informação e aprovação ou desaprovação de um
possível candidato. Elas influenciam somente o ânimo de um aspirante a prefeito
ou vereador, por exemplo. Se esse candidato não vai bem nas pesquisas, o ânimo
desaparece e sua militância e financiadores acabam por deixar de lado o apoio
dedicado anteriormente. Ou seja, as pesquisas influenciam essa dimensão: a das pessoas
ligadas diretamente à dinâmica de uma campanha. Mas o eleitor, em si, há muita
controvérsia e nada é provado se influencia muito ou pouco.