22 de agosto de 1908: nascia em Chanteloup, França, aquele que mais tarde ficaria conhecido como um dos pais da fotografia moderna e do fotojornalismo - o repórter, fotógrafo e artista Henri Cartier Bresson.
Descendente de família burguesa parisiense, Bresson cresceu em meio a um ambiente afortunado. Quando criança, o pequeno Henri ganhou sua primeira câmera fotográfica, uma Box Brownie, com a qual produziu inúmeros instantâneos. Esse acesso facilitado às novidades tecnológicas acabou por gerar uma obsessão no menino pelas imagens.
Em 1931, aos 22 anos, Cartier-Bresson viajou à África, onde passou um ano como caçador. Entretanto, uma doença tropical obrigou-o a retornar à França. Foi neste período, durante uma viagem a Marselha, que ele descobriu verdadeiramente a fotografia, inspirado por uma fotografia do húngaro Martin Munkacsi, publicada na revista Photographies (1931), mostrando três rapazes negros a correr em direção ao mar, no Congo.
por: Martin Munkacsi |
“O papel do fotógrafo é documentar e para isso o necessário é uma câmera eficiente e intuição”, disse Bresson. Por outro lado, muito mais que a finalidade da reportagem de retratar o momento histórico, suas fotografias encantaram também pela beleza e originalidade. Suas fotos podem não ser espetaculares, mas certamente são lindas e verdadeiras. Em seu livro “Os europeus”, chama a atenção: “Os fotógrafos não fazem mais do que mostrar as agulhas do relógio, mas eles escolhem os seus instantes”.
Em 1932, ele iniciou sua carreira fotográfica, tornando-se o mais influente fotojornalista de sua época, desenvolvendo um estilo definido como a busca pelo “momento decisivo” ou “instante mágico”.
Para ele é o momento decisivo que expressa a essência de uma situação. Por isso, nunca realizou nenhum tipo de retoque ou manipulação de suas imagens.
("O Momento Decisivo" foi, inclusive o nome do seu primeiro Grande Livro: "The Decisive Moment" em 1952).
Sua contribuição para a reportagem é inegável, mas foi fotografando cenas cotidianas durante o período de 1930 a 1960 que sua fama se consolidou.
Cartier serviu ao exército fracês na Segunda Guerra Mundial, onde foi preso pelos nazistas e participou da Resistência Francesa. E em 1947, quando a paz foi estabelecida, o repórter fundou a agência fotográfica de fotojornalismo “Magnum”, em parceria com Bill Vandivert, Robert Capa, George Rodger e David Seymour. Esse foi o período do desenvolvimento da sofisticação do seu trabalho.
A MAGNUM
A agência de fotografia continua no mercado até hoje. No site, podemos encontrar a seguinte frase de Bresson: “Magnum é uma comunidade de pensamento, de uma qualidade humana compartilhada, a curiosidade sobre o que está acontecendo no mundo um respeito pelo que está acontecendo e um desejo de transcrevê-lo visualmente".
Vídeo com as mais famosas fotos da Magnum:
Em 1966, por motivos pessoais, Bresson retirou-se da Magnum, mas permitiu que a Agência continuasse a distribuir suas fotos.
CARREIRA
Bresson fotografou eventos importantes da história mundial, entre eles: a morte de Gandhi, a China nos últimos meses do Kuomitang, a luta pela independência da Indonésia, o início da República Popular da china, o décimo aniversário da Revolução Popular Comunista, documentou a Rússia comunista (após a morte de Stalin) e a Revolução Popular Chinesa.
Revistas como a Life, Vogue e Harper's Bazaar contrataram-no para viajar o mundo e registrar imagens únicas. Da Europa aos Estados Unidos da América, da Índia à China, Bresson registrou os “instantes mágicos”. Tornou-se conhecido mundialmente por trabalhos publicados nas revistas Life e Paris-Match. Em 2000, estabeleceu a fundação que leva seu nome.
02 de agosto de 2004: morre com 95 anos, na cidade de Provença – na França – o famoso e mais conhecido “Pai do Fotojornalismo”. Seu nome figura ao lado dos grandes mestres da fotografia e sua linguagem e técnica continua a servir de inspiração às gerações de fotógrafos.